SINASSegurança do Doente
A garantia de cuidados de saúde com qualidade e bons resultados passa também pela busca de um elevado grau de Segurança do Doente. Por esse motivo, o SINAS, enquanto sistema de avaliação da qualidade global dos cuidados de saúde prestados nesses estabelecimentos, inclui esta dimensão na avaliação dos estabelecimentos hospitalares.
 
A avaliação da Segurança do Doente no âmbito do SINAS é feita em duas óticas complementares: (i) avaliação de procedimentos de segurança, por indicadores de estrutura, com base numa check-list de verificação da cultura e procedimentos relacionados com a segurança dos doentes na prestação de cuidados de saúde (ótica ex-ante) e (ii) avaliação de eventos adversos, por indicadores de resultados, que traduzem a incidência deste tipo de ocorrências na prestação de cuidados de saúde (ótica ex-post).

 

Procedimentos de Segurança

 
check list de Procedimentos de Segurança que suporta a avaliação ex-ante da dimensão Segurança do Doente no âmbito do SINAS@Hospitais foi elaborada com base em guidelines da Joint Commission International (JCI), da Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) e do National Quality Forum (NQF), e encontra-se dividida por várias categorias.
 
 
Categorias para a avaliação de Procedimentos de Segurança:
 

 

  •    Cultura de segurança
  •    Identificação e alta dos doentes
  •    Comunicação e informação
  •    Segurança na Medicação 
            - Gestão da medicação 
            - Reconciliação terapêutica 
            - Armazenamento e rotulagem 
            - Medicação de alto risco 
            - Dose individualizada de medicação
    - Gestão de ocorrências relacionadas com medicação 
 
  •    Cirurgias seguras
            - Avaliação pré-anestésica
            - Check-list Cirúrgica

 

  •    Riscos 
            - Úlceras de pressão 
    - Quedas
            - Tromboembolismo venoso 
            - Insuficiência renal induzida por contraste 
            - Gripe 
            - Outros riscos
   - Registo de ocorrências
 
  
Cada categoria e subcategoria contemplam diversos requisitos, alguns dos quais designados por “pontos críticos” por se ter considerado que o seu incumprimento compromete a qualidade dos serviços prestados. O não cumprimento de qualquer dos pontos críticos da check-list veda o acesso do prestador aos ratings desta dimensão, condicionando portanto a atribuição da respetiva estrela.
 
Periodicamente são efetuadas pela equipa da ERS auditorias a estabelecimentos selecionados aleatoriamente, com o objetivo de verificar, in loco, a consistência da informação submetida e promover a melhoria contínua.
 

Eventos Adversos

 
Uma forma de monitorizar, detetar e reportar eventos adversos potencialmente evitáveis consiste em desenvolver métricas baseadas em dados administrativos recolhidos correntemente.
 
Os dados administrativos dos hospitais contêm informação importante sobre os serviços de saúde prestados e, embora a avaliação da qualidade feita com base em dados administrativos não seja definitiva, a partir destes dados é possível construir um retrato relevante do nível de qualidade e segurança dos cuidados prestados.
 
Foi neste contexto que a Agency for Healthcare Research and Quality (AHRQ) desenvolveu os seus indicadores de segurança do doente, e foi numa seleção dos indicadores dessa instituição que o SINAS@Hospitais baseou a sua avaliação da ocorrência de eventos adversos para a dimensão Segurança do Doente.
 
As metodologias de cálculo aplicadas para produção dos ratings de eventos adversos no âmbito do SINAS@Hospitais são da responsabilidade da Siemens, um dos parceiros tecnológicos da ERS na implementação do SINAS.
 
Os resultados da avaliação dos indicadores nesta área decorrem da análise e tratamento de dados fornecidos pela Administração Central dos Sistemas de Saúde – ACSS, constantes da Base de Dados de Morbilidade Hospitalar.
 
 
 
Indicadores de eventos adversos selecionados:
 
  •    Mortalidade em GDH de baixa mortalidade 
  •    Úlcera de pressão de estádio III e IV 
  •    Infeção nosocomial (infeção associada à colocação de cateter venoso central)
  •    Fratura da anca após queda em ambiente hospitalar
  •    Hemorragia ou hematoma no pós-operatório 
  •    Infeção nosocomial (sépsis no pós-operatório)
  •    Deiscência de sutura 
  •    Perfuração ou laceração acidental