SINASCálculo dos Indicadores
Picture17.pngOs indicadores avaliados são calculados através de algoritmos. Os algoritmos são fluxos de elevada complexidade, podendo ser compostos por mais de 30 pontos de decisão, que permitem determinar quais os casos que são considerados no numerador e no denominador do indicador. Os algoritmos permitem também excluir casos com dados em falta, bem como determinar situações cujas características possam influenciar o resultado do indicador sem que estas sejam atribuíveis aos prestadores.

Adicionalmente, os algoritmos permitem distinguir casos com quadros clínicos de exceção. Em particular, quando um caso é submetido por um prestador e é processado pelos algoritmos, são identificadas situações de exceção que possam influenciar a linha de tratamento e a decisão clínica. Assim, apenas doentes-padrão, que cumprem todos os critérios de inclusão, são efetivamente utilizados no cálculo de cada indicador, garantindo deste modo a comparabilidade dos resultados.

O modelo de cálculo individual dos indicadores penaliza a submissão de informação impossível de determinar, influenciando negativa e diretamente o rating dos prestadores em que não exista informação explícita e inequívoca no processo clínico acerca dos dados utilizados no cálculo dos indicadores.
 

Modelo de ajuste de risco

 
O cálculo de rating para indicadores de resultado parte do modelo de ajuste de risco, permitindo assim a comparação de prestadores com realidades diferentes. Assim, o modelo de ajuste de risco é utilizado para calcular o valor de referência específico de cada prestador, com base nas características de cada doente recebido e respetivos diagnósticos e procedimentos efetuados.

Regressão logística

O modelo de regressão logística é utilizado para calcular a probabilidade esperada de determinado evento de interesse, tendo em consideração as características específicas de cada doente e respetivos diagnósticos e procedimentos recebidos. O modelo de regressão logística é dado pela seguinte fórmula:
 
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As variáveis utilizadas para ajuste de risco e respetivos coeficientes variam de acordo com o indicador e baseiam-se num modelo de regressão logística desenvolvido e largamente testado pela Joint Commission. Deste modo, conhecendo as variáveis e respetivos coeficientes é possível calcular a probabilidade esperada de determinado evento para cada indivíduo em particular, independentemente do prestador onde é tratado.
 

Odds ratio
 

Para se proceder à inferência estatística sobre os resultados observados, é calculado para cada prestador um odds ratio (OR). O OR pode ser interpretado como um indicador do risco relativo e designa o rácio do odds observado-esperado, sendo calculado através da seguinte fórmula:
 
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O resultado esperado para cada doente é uma observação binária, d, em que d = 1 representa a ocorrência de um determinado evento (exemplo: o doente morreu) e d = 0 representa a não ocorrência do mesmo (exemplo: o doente sobreviveu). A probabilidade p'i é função de pi e do OR (parâmetro a estimar que é constante para todos os doentes no mesmo prestador):
 
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Para o cálculo do OR é utilizado o método de máxima verosimilhança. A verosimilhança de OR com base nos dados de cada prestador é dada por:
 
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O estimador da máxima verosimilhança para o OR é o valor de OR que maximiza a log-verosimilhança:
 
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Para o cálculo do intervalo de confiança para o OR, considera-se a razão de verosimilhanças dada por:
 
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Assim, e através do teste de razão de verosimilhanças, é possível obter um intervalo de confiança. Para atribuição de rating, é utilizada uma regra de classificação com base no intervalo de confiança estimado para OR.
 
Se o intervalo de confiança para OR contiver o valor 1, significando que o odds observado não difere estatisticamente do odds esperado, atribui-se ao prestador o nível de qualidade II. Um intervalo de confiança para OR inferior a 1 indica que o odds observado é inferior ao esperado. Um intervalo de confiança para OR superior a 1 indica que o odds observado é superior ao esperado. Nestas situações a classificação no nível de qualidade I ou III é atribuída consoante a direção de melhoria do indicador em análise.